Laura Caroline – Boa tarde!
Somos as alunas do grupo Imprensa jovem da EMEF Lourenço Filho e gostaríamos fazer
algumas perguntas a vocês.
Prof.
Dhiancarlo Miranda – Boa tarde, estamos a disposição.
Laura – Qual o nome do projeto,
dos componentes do grupo e a escola que vocês fazem parte?
O
projeto chama-se “Slam
do Riva”, e somos das EMEFs Professor
Rivadávia Marques Junior e Claudio Manoel da Costa , Diretoria de Ensino (DRE) São Mateus, meu nome é Dhiancarlo
Miranda e esses são Ana Carolina, Sara, Mirela,
Marina e Hiago.
Rayane - O que é o Slam?
Prof.
Dhiancarlo O Slam é uma batalha de poesias, que, no
nosso caso, como acontece dentro da escola é uma batalha de poesia
interclasses. Mas normalmente, todos os anos tem também a batalha de poesias
interescolar. Temos participado também dessas atividades fora da escola. Mas,
necessariamente a batalha de poesia é uma competição na qual o que está em jogo
são as poesias. As regras são básicas, muito simples, mas o intuito é expressar
aquilo que sente e que pensa sobre o mundo.
Laura – E como vocês decidiram
trabalhar o slam?
Dhiancarlo – No nosso caso, na EMEF
professor Rivadávia Marques Junior, surgiu da necessidade em trabalhar Direitos
Humanos e, por conta disso colocamos esses assuntos em pauta, eles foram construindo poemas e através dos
poemas começaram a recitar e ai virou o Slam. No caso do Cláudio Manoel da
Costa, que é a escola da Marina, o pessoal de lá começou a trabalhar desde o
início com o professor Ricardo, que era um professor que já tinha um contato
com o Slam, na verdade um amigo meu. Conhecendo o trabalho dele trouxemos para
minha escola e desde então foi um sucesso.
Laura – E o que motivou vocês
alunos a fazerem parte do Slam?
Ana Carolina – Eu acredito que por
sermos adolescentes seja uma forma pra gente ter voz. Pra algumas pessoas é
mais fácil, e acaba sendo até mais divertido, a gente acaba passando um pouco
mais de expressão, entende?
Mirela – Pra mim começou com a
necessidade de tirar as coisas de dentro pra fora, a ter alguma forma de me expressar,
pra nada ficar guardado, de forma livre. Sem ter regras, de uma forma que você
goste. Eu sempre gostei de escrever, então já me ajudou muito. Você pode
escrever o que estava dentro de você preso há muito tempo, e colocar em um
poema.
Laura – Então foi algo que te
libertou?
Mirela – Sim!
Sara – Eu comecei a escrever
devido ao projeto do Slam que o professor fez comigo, e depois disso, quando
fui escrevendo fui descobrindo que e acabei gostando. Ajudou bastante, como ela
já disse , quando você está mal coloca aquilo pra fora, saem poemas
extremamente incríveis. Mas às vezes você não tem coragem de mostrar aquilo pro
mundo. Mas é isso, uma forma de mostrar seus sentimentos naquele momento.
Higor – Eu escrevo poemas sobre
racismo e sobre depressão, que pra mim são dois problemas que existem na
sociedade, mas são deixados meio de lado. Pra mim o Slam é meu lugar de falar,
é um lugar onde posso falar o que eu penso e que sei que vou se ouvido.
Marina – No meu caso, eu não era
tão ligada a escrever, apenas lia muito, porque na leitura eu encontrava coisas
que eu não tinha no mundo real. E ai o professor Ricardo começou com esse
projeto do Slam de poesias e foi passando expressões pra gente ir escrevendo e
tudo mais. De início eu escrevia sobre o que estava acontecendo, por exemplo, o
racismo, o machismo. E depois de três anos escrevendo, eu comecei a escrever
sobre o que eu passo sobre o que eu sinto que são coisas quede uns tempos pra
cá eu não consigo falar, eu só consigo escrever. Então eu escrevo mais sobre
depressão, sobre ansiedade, sobre o pessoal que eu vejo na rua, sobre coisas
assim.
Rayane – Qual foi a maior
dificuldade para implantação e continuidade do projeto?
Dhiancarlo – Tudo tem muito a ver com
a organização dentro da escola. A gente tem um problema sério que é o espaço, o
tempo pra fazer esse trabalho, pois o projeto é da sala de leitura, acho que lá
no Cláudio Manoel Costa também acontece algo parecido, a gente tem a estrutura
da sala de leitura sendo utilizada pra isso, porém às vezes isso não é possível
por uma série de fatores. Temos problemas com a estrutura física e contratempos
que ocorrem em função do acumulo de atividades. E o que dá muita vasão pra que
a coisa continue é a colaboração dos próprios alunos, sem eles a coisa não
aconteceria.
Rayane – Como vocês e sentem
enquanto recitam os poemas?
Ana Carolina – Tensa, eu me sinto
tensa.
Sara – Nervosa e ansiosa.
Mirela – Eu me sinto aliviada, e
com medo também. Porque dependendo da pessoa, se ela escrever o que ela sente
tem um medo do preconceito que alguém pode ter. Mas me sinto aliviada, porque
escrevo o que realmente estou sentindo.
Laura – Gostaríamos de
agradecer a disposição de vocês em conversar conosco sobre esse trabalho
maravilhoso. Parabéns! Que vocês possam contagiar mais e mais alunos e
adolescentes com esse trabalho.
Confira as fotos do evento em :
https://drive.google.com/drive/folders/1IsiIaAPUgzU8mjXTiMTqhkf35yzg-Djv