quinta-feira, 19 de setembro de 2019

IMPRENSA JOVEM EMEF LOURENÇO FILHO EM ENTREVISTA “SLAM DO RIVA”, DAS EMEFS PROF. RIVADÁVIA MARQUES JUNIOR E CLAUDIO MANOEL DA COSTA.





Laura Caroline – Boa tarde! Somos as alunas do grupo Imprensa jovem da EMEF Lourenço Filho e gostaríamos fazer algumas perguntas a vocês.

Prof. Dhiancarlo Miranda – Boa tarde, estamos a disposição.

Laura – Qual o nome do projeto, dos componentes do grupo e a escola que vocês fazem parte?

O projeto chama-se “Slam do Riva”,  e somos das EMEFs Professor Rivadávia Marques Junior e Claudio Manoel da Costa , Diretoria de Ensino  (DRE) São Mateus, meu nome é Dhiancarlo Miranda e esses são Ana Carolina, Sara, Mirela, Marina e Hiago.

Rayane -  O que é o Slam?

Prof. Dhiancarlo O Slam é uma batalha de poesias, que, no nosso caso, como acontece dentro da escola é uma batalha de poesia interclasses. Mas normalmente, todos os anos tem também a batalha de poesias interescolar. Temos participado também dessas atividades fora da escola. Mas, necessariamente a batalha de poesia é uma competição na qual o que está em jogo são as poesias. As regras são básicas, muito simples, mas o intuito é expressar aquilo que sente e que pensa sobre o mundo.

Laura – E como vocês decidiram trabalhar o slam?

Dhiancarlo – No nosso caso, na EMEF professor Rivadávia Marques Junior, surgiu da necessidade em trabalhar Direitos Humanos e, por conta disso colocamos esses assuntos em pauta,  eles foram construindo poemas e através dos poemas começaram a recitar e ai virou o Slam. No caso do Cláudio Manoel da Costa, que é a escola da Marina, o pessoal de lá começou a trabalhar desde o início com o professor Ricardo, que era um professor que já tinha um contato com o Slam, na verdade um amigo meu. Conhecendo o trabalho dele trouxemos para minha escola e desde então foi um sucesso.

Laura – E o que motivou vocês alunos a fazerem parte do Slam?

Ana Carolina – Eu acredito que por sermos adolescentes seja uma forma pra gente ter voz. Pra algumas pessoas é mais fácil, e acaba sendo até mais divertido, a gente acaba passando um pouco mais de expressão, entende?

Mirela – Pra mim começou com a necessidade de tirar as coisas de dentro pra fora, a ter alguma forma de me expressar, pra nada ficar guardado, de forma livre. Sem ter regras, de uma forma que você goste. Eu sempre gostei de escrever, então já me ajudou muito. Você pode escrever o que estava dentro de você preso há muito tempo, e colocar em um poema.

Laura – Então foi algo que te libertou?

Mirela – Sim!

Sara – Eu comecei a escrever devido ao projeto do Slam que o professor fez comigo, e depois disso, quando fui escrevendo fui descobrindo que e acabei gostando. Ajudou bastante, como ela já disse , quando você está mal coloca aquilo pra fora, saem poemas extremamente incríveis. Mas às vezes você não tem coragem de mostrar aquilo pro mundo. Mas é isso, uma forma de mostrar seus sentimentos naquele momento.

Higor – Eu escrevo poemas sobre racismo e sobre depressão, que pra mim são dois problemas que existem na sociedade, mas são deixados meio de lado. Pra mim o Slam é meu lugar de falar, é um lugar onde posso falar o que eu penso e que sei que vou se ouvido.

Marina – No meu caso, eu não era tão ligada a escrever, apenas lia muito, porque na leitura eu encontrava coisas que eu não tinha no mundo real. E ai o professor Ricardo começou com esse projeto do Slam de poesias e foi passando expressões pra gente ir escrevendo e tudo mais. De início eu escrevia sobre o que estava acontecendo, por exemplo, o racismo, o machismo. E depois de três anos escrevendo, eu comecei a escrever sobre o que eu passo sobre o que eu sinto que são coisas quede uns tempos pra cá eu não consigo falar, eu só consigo escrever. Então eu escrevo mais sobre depressão, sobre ansiedade, sobre o pessoal que eu vejo na rua, sobre coisas assim.

Rayane – Qual foi a maior dificuldade para implantação e continuidade do projeto?

Dhiancarlo – Tudo tem muito a ver com a organização dentro da escola. A gente tem um problema sério que é o espaço, o tempo pra fazer esse trabalho, pois o projeto é da sala de leitura, acho que lá no Cláudio Manoel Costa também acontece algo parecido, a gente tem a estrutura da sala de leitura sendo utilizada pra isso, porém às vezes isso não é possível por uma série de fatores. Temos problemas com a estrutura física e contratempos que ocorrem em função do acumulo de atividades. E o que dá muita vasão pra que a coisa continue é a colaboração dos próprios alunos, sem eles a coisa não aconteceria.

Rayane – Como vocês e sentem enquanto recitam os poemas?

Ana Carolina – Tensa, eu me sinto tensa.

Sara – Nervosa e ansiosa.

Mirela – Eu me sinto aliviada, e com medo também. Porque dependendo da pessoa, se ela escrever o que ela sente tem um medo do preconceito que alguém pode ter. Mas me sinto aliviada, porque escrevo o que realmente estou sentindo.

Laura – Gostaríamos de agradecer a disposição de vocês em conversar conosco sobre esse trabalho maravilhoso. Parabéns! Que vocês possam contagiar mais e mais alunos e adolescentes com esse trabalho.



Confira as fotos do evento em :


https://drive.google.com/drive/folders/1IsiIaAPUgzU8mjXTiMTqhkf35yzg-Djv




IMPRENSA JOVEM EMEF LOURENÇO FILHO EM ENTREVISTA COM O SR. ROGÉRIO SOTTILLI, DIRETOR EXECUTIVO DO INSTITUTO VLADIMIR HERZOG



      

Matéria produzida pela equipe de Imprensa Jovem da EMEF Lourenço Filho


Rayane Fabris – Boa tarde! Somos os alunos do grupo Imprensa jovem da EMEF Lourenço Filho e gostaríamos de conversar um pouco com o Sr. sobre o trabalho desenvolvido em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, seria possível?

Sr. Rogério Sottilli – Seria um prazer.

Rayane – Como surgiu o Instituto o qual vocês fazem parte?

Sr. Rogério Sottilli –  O Instituto surgiu a dez anos atrás, por iniciativa da família do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pela ditadura militar em 1975, depois de ser barbaramente torturado no DOI-CODI. Ele morreu porque defendia a liberdade de expressão, defendia os direitos humanos, defendia uma educação de qualidade, a cultura, e porque ele era um importante jornalista. Quiseram cala-lo e o mataram.

A família e os amigos de Vladimir Herzog resolveram criar o Instituto para defender o legado dele, a história dele, e ajudar a dar continuidade no motivo pelo qual ele morreu, que era lutar pelos direitos humanos e pela liberdade de expressão. Então o Instituto nasce desta forma.

Hoje o Instituto trabalha com três eixos estratégicos. Um deles é a educação em direitos humanos, que é trabalhar com educação na perspectiva de mudar a cultura de violência que existe no país. Acreditamos que o Brasil é um país muito violento, ele é um país que tem uma cultura de violência e que a violência é naturalizada. Nós precisamos trabalhar muito com educação para que possamos mudar essa cultura.

Então nós temos três projetos de educação: o Respeitar é Preciso, que está em toda a rede de ensino municipal de São Paulo, estamos levando ele pra Pernambuco também, e queremos levar para outros lugares; Temos também um outro projeto chamado Usina de Valores, que trabalha com comunicação não formal, com públicos evangélicos, com grupos de comunicadores periféricos, porque acreditamos que são dois lugares, que são a potência para disseminar valores dos direitos humanos, respeito, solidariedade. Esse é o projeto. E temos um outro que é um curso de especialização em direitos humanos.

Outro eixo é o de liberdade de expressão jornalística, onde temos dois prêmios: o “Prêmio Vladimir Herzog”, prêmio mais importante do jornalismo do Brasil e o outro “Jovens Jornalistas”, onde estudantes jornalistas apresentam uma pauta, onde assim se é escolhido. Temos uma rede de proteção a jornalistas e comunicadores ameaçados de morte.

Sabiam que o Brasil é o país que mais mata os jornalistas e comunicadores no mundo, fora os países de zona de guerra? É uma barbaridade!

Acreditamos que temos que trabalhar nisso, porque o Vladimir morreu porque era jornalista.

Temos um outro eixo que é o de liberdade, de direito a memória, verdade e justiça. Acreditamos que a cultura de violência que tem no país, é porque no Brasil nunca se fez justiça. Na época do descobrimento do Brasil promoveram um genocídio indígena, mataram muitos índios, e ninguém foi responsabilizado por isso. Ao contrário, deram nomes de estradas, de ruas, de escolas desses grandes assassinos de índios.

O Brasil tem mais de três séculos de escravidão, e também não foi feita justiça nenhuma. Os grandes escravocratas, os que promoveram a chacina de índios, foram homenageados com estradas, escolas, e assim por diante. E a ditadura militar também, promoveram assassinatos, torturas, o que tem de pior, e eles são premiados.

O atual presidente da República diz que o maior orgulho dele é o maior torturador do Brasil que é o Brilhante Ustra. Esses dias, o presidente da República fez uma homenagem ao maior assassino do Chile que foi o Pinochet. Assim, se você tem um presidente da República que se sente à vontade para homenagear torturadores, assassinos, imagina a sinalização que eles passam as outras pessoas: que tudo pode nesse país, que nunca vai acontecer justiça nenhuma que ninguém vai ser responsabilizado, e ninguém vai ser preso por isso.

Então nós queremos trabalhar nisso, nós queremos responsabilizar e fazer justiça. Torturador, assassino, violência do estado tem que ser criminalizados, e tem que pagar na justiça penal. Ser responsabilizado por isso.

Esse é o instituto Vladimir Herzog.

Rayane - E como caminham juntos o Instituto e o projeto Respeitar é Preciso?

Sr. Rogério Sottilli – Esse projeto foi pensado e desenvolvido originalmente pelo Instituto Vladimir Herzog. Mas acreditamos que ele só será eficaz quando esse projeto for incorporado pela Secretaria de Educação. Não pode ser um projeto do Instituto para São Paulo. A Secretaria de Educação tem que acreditar nisso. O Instituto discutiu muito com a Secretaria, com os professores, fez as adequações, para que isso seja incorporado pela educação de São Paulo. E nós ajudamos com tudo: verbalização de eventos como esse, metodologia com os cursos, e assim por diante. Nós respeitamos muito essa parceria. Esse projeto não existe só com o Instituto Vladimir Herzog, só vai existir se essa parceria entre a educação e Instituto existirem efetivamente. E São Paulo está muito bonito por causa disso.

IMPRENSA JOVEM EMEF LOURENÇO FILHO EM BREVE ENTREVISTA COM O EDUCADOR MARIO SÉRGIO CORTELLA




Julia Ferreira - Boa tarde! Somos alunas do grupo Imprensa jovem da EMEF Lourenço Filho você poderia nos conceder um minuto de atenção para umas duas perguntinhas?

Cortella – Claro será um prazer poder conversar um pouco com alunas tão atenciosas e dedicadas.

Julia Ferreira – Bem, seu currículo, sua formação, sua competência já é invejável e de conhecimento de todos, pra falar a verdade gostaria de deixar registrado o nosso imenso prazer em poder conhecê-lo e fazer algumas perguntas.

É de nosso conhecimento que o senhor é filosofo escritor e professor universitário com Mestrado e Doutorado em Educação pela PUC-SP, ex-secretário Municipal de Educação e Assessor Especial do Prof. Paulo Freire e quando estávamos lendo a respeito descobrimos que o senhor foi quase um monge é verdade?

Cortella – Nossa! Vocês conhecem bastante de mim, risos.

Sim, eu fui quando tinha 17, 18 anos. Minha família é de tradição católica, então eu quis fazer uma experiência religiosa que fosse mais séria, de não apenas ir a uma igreja, etc. E quando eu entrei na universidade, fui fazer filosofia, no mesmo ano em que entrei eu fui para um convento da Ordem Carmelita Descalça, que é uma Ordem religiosa católica e fiquei três anos na clausura, que é quando você fica fechado, trabalhando, estudando e etc. Depois de três anos eu achei que eu queria era a docência, ser professor. Então deixei a vida religiosa católica e fui embora pro mundo.

Julia Ferreira –  O que eu ia perguntar era realmente isso, o que te motivou a sair dessa Ordem?

Cortella –  Eu achei que a experiência já estava feita, eu já não precisava mais ficar lá para ter aquilo que eu queria, que era entender melhor o que era a religião. E a entrar foi realmente esse desejo e ai fui para a docência e faz 45 anos que sou professor.
Rayane Fabris – E essa caminhada esta firme?

Cortella – Nossa! Quebrei o joelho, mas estou caminhando! (risos)

Rayane Fabris – Nós gostaríamos agora que você deixasse uma mensagem a todos os professores e profissionais que participam do projeto “Respeitar é preciso”.

Cortella – Olha só heim! Respeitar é preciso é uma das coisas que faz com brilhante alegria,  que a gente tenha coragem de fazer o que tem que ser feito e a gente quando repousa em algum momento, seja capaz de repousar em paz e a paz não vem sem a gente ficar sem nenhum problema em volta, mas da gente ser capaz de enfrentar os problemas que nos cercam. Por isso é bom demais respeitar e é preciso.



            










 

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